Certa vez, começou um grande incêndio numa floresta. Preocupados, os animais fugiam da selva em chamas. Quando todos se encontraram em um lugar seguro, bem distante do fogo, ficaram apenas olhando. Eles sentiam que nada podiam fazer, pois o incêndio era enorme.

No entanto, um pequeno colibri decidiu que tentaria apagar o fogo.  O pássaro foi até o rio próximo, pegou uma gota de água, sobrevoou a floresta em chamas e lançou a gota que carregava no bico. Enquanto ele ia e vinha, os outros animais lhe perguntavam: “O que você está fazendo? Você não pode fazer nada; você é muito pequeno e este incêndio é muito grande”. Alguns animais tinham bicos bem grandes, e não ajudavam.

Mas o colibri estava convencido de que podia apagar o incêndio e continuou jogando pequenas gotas nas chamas que consumiam as árvores.  Ao final, diante da floresta queimada, o colibri disse que tinha feito o melhor que podia. Se todos fizerem a sua parte, é possível salvar a floresta.

Revista “Semeando”, 2009, p.38.

al-quaraouiyine-mosque-and-university-in-fes-stefan-cristian-cioataSabe qual a universidade mais antiga do mundo? Bolonha na Itália? Salamanca na Espanha? Oxford na Inglaterra? Não, respectivamente foram fundadas em 1088, 1134 e 1096. Em 859 enquanto a Europa se arrastava para fora da Idade das Trevas, em Marrocos era fundava a primeira universidade em pela Era de Ouro do Islã, que ensinava ciência, matemática e filosofia.

A instituição de ensino mais antiga do mundo ainda em atividade e a primeira a conceder diplomas universitários foi a Universidade al Quaraouiyine, localizada entre um labirinto de vielas estreitas na cidade de Fez. Tanto é que foi reconhecida tanto pela Unesco quanto pelo Guinness Book.

Agora, pasme! O que mais me fascinou foi o fato dessa universidade ter sido fundada por uma mulher. Mesmo que tenham sido relegadas pela história a um papel secundário, quando não inexistente, as mulheres sempre tiveram papel preponderante para a evolução da sociedade. Vamos aos fatos.

Fátima al-Fihri, era filha de um importante mercador e pertencia a uma família xiita que emigrou da Tunísia para Fez no século IX. Profundamente devota ao islamismo, a jovem recebeu um alto nível de educação. Quando o pai morreu legou a filha uma enorme fortuna e ao invés de ela sair esbanjando o dinheiro, como qualquer uma faria, mandou construir uma mesquita para a comunidade. E nela instalou-se a primeira madraça, casa de estudos islâmicos, de que se tem notícia.

O local foi ampliando as suas atividades e além do ensino religioso passou a oferecer aulas de linguística e caligrafia árabe, legislação islâmica, política, matemática, química, medicina, astronomia, ciências naturais, música e sufismo e se tornou um conceituado centro educacional e de pesquisa científica. Ao reunir os melhores professores da época, começou a atrair estudantes de várias partes do mundo, inclusive filhos de importantes mercadores e sultões — dando origem a um concorrido sistema de admissão que vigora até hoje.

Outro destaque é que a universidade abriga a biblioteca mais antiga ainda em atividade no mundo e conta com acervo de mais de 4 mil manuscritos – alguns raros, como o Alcorão do século IX, e inúmeras obras gregas e romanas traduzidas e preservadas. Na Europa, por exemplo, as bibliotecas universitárias só iriam surgir, logicamente, com o advento das universidades por volta do século XI. De toda forma, esse foi um acontecimento maravilhoso e um marco para história do livro e da sociedade, pois aumentou a procura por manuscritos e socializou o seu acesso, antes restrito a ordens religiosas e nobre em suas bibliotecas particulares.

Enfim, Fátima foi a percursora e mecenas da educação. Só fiquei desolada pois embora Quaraouiyine tenha sido uma das únicas universidades do mundo estabelecida por uma mulher, só recentemente estudantes do sexo feminino começaram a instruir-se nela em números significativos. Infelizmente em Marrocos, quase uma a cada duas mulheres é analfabeta. Em áreas rurais, onde nove em cada dez mulheres não sabem ler ou escrever, a escola faz pouco sentido econômico.

Um centavo

Publicado: 06/01/2018 por Kakao Braga em Atualidades, Psicologia & Comportamento
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moeda de 1 centavo 1Quarta-feira, entrei num mini mercado e comprei um achocolatado. O preço? R$ 1,94. Ri alto sem querer. Sempre que a gente sai para as compras se depara com um valor quebrado. Quem paga com cartão não percebe a diferença, mas se a opção recair pelo dinheiro a situação muda. Um produto que na vitrine tem o valor de 49,99, ao se pagar com um nota de 50 reais dificilmente se recebe troco. Antigamente, os comerciantes ofereciam as famigeradas balas, chicletes e pirulitos. Hoje, nem isso.

Pelo sim, pelo não, o arredondamento do valor tornou-se prática comum e incorporou-se ao nosso dia-a-dia. As pessoas se acostumaram, afinal é um valor tão pequeno. Praticamente uma bobagem. Afinal, o que é um centavo ou dois? Não dá pra comprar nada, eu sei. Mas mesmo assim parei para pensar. O problema com as moedas de baixo valor não são exclusivas do Brasil. Quando voltei da Espanha, na última viagem, além das lembrancinhas, trouxe em meu porta níquel duas moedinhas de um centavo de Euro, que não gastei porque lá nem dava pra comprar nada, mas que guardei como uma linda recordação.

Há alguns anos, nos Estados Unidos foi lançada uma campanha para tirar as moedinhas de circulação. Não sei que fim levou. Quando estive na Tailândia, nas lojas da Seven Eleven, ao invés de moedinhas recebia selinhos, que após a viagem foram parar no lixo. Pelo que fiquei sabendo, na Europa do Euro, as moedas de um e dois centavos foram introduzidas para garantir que os varejistas quando da entrada na Comunidade Europeia não iriam arredondar os preços. Mas por questão de tempo, custo operacional e real valor das pequenas moedas da cor cobre, alguns países como Bélgica, Irlanda, Finlândia e Holanda deixaram de produzi-las ou só as fabricam em edições cunhadas especialmente para colecionadores. Ou seja, os comerciantes de lá tiveram que se adaptar a essa realidade.

No Brasil, o Banco Central deixou de fabricar as moedas de um centavo em 2004, porque o valor do metal subiu e custava 0,25 centavos para produzir cada uma delas, uma situação inviável e sem sentido. Contudo isso não explica onde estão as 3,9 milhões de moedas que diz a lenda deviam ainda estar circulando por aí. Enfim, pequeninas do jeito que são devem estar escondidas em algum fundo de armário ou foram para o mundo alternativo junto com as canetas Bic e os guarda-chuvas perdidos.

Sei que fixar o preço em valores quebrados é uma estratégia de marketing para que os descontos pareçam mais vantajosos e a dor de gastar diminua. Contudo, será certo? Ainda mais se pensarmos que estamos num país onde não se pretende e não há moedas disponíveis para o troco correto. O que acontece na pratica é que o comerciante arredonda para cima ou para baixa quando lhe é conveniente, o que soa desonesto e propaganda enganosa. Segundo o Código de Defesa do Consumidor, eu estou cada vez mais craque nele, mesmo porque estou me tornando uma visitante contumaz dos PROCON, essa pratica é proibida, pois caracteriza um aumento de preço sem justa causa.

De centavo em centavo de uma compra aqui e outra ali quanto perdemos no final de um mês ou de um ano? Não sei. Nem me atrevo a fazer a conta. Mas o advogado Vitor Guglinski, que não é amigo meu, mesmo porque é de Juiz de Fora, fez e apresentou um cálculo bem interessante. Numa loja de um movimento médio de 10 mil consumidores por mês, se o consumidor for ao mercado todos os dias da semana e ficarem lhe devendo um centavo por dia, ao final de uma semana serão 7 centavos, de um mês, 28 centavos e de um ano, 3,36 reais. Pouco, né? Sim. Mas multiplique isso pelo número médio que consumidores: 10 mil, aí o número fica bem mais atraente para o dono do mercado. Ao final de um ano, a soma será de 33.600 reais. Um dinheiro livre de imposto, pois na Nota Fiscal, quando emitida, aparecerá que o troco foi dado corretamente. Algum espertinho dirá, mas a loja também arredonda para baixo os valores abaixo de cinco centavos. Oras, alguém tem a ilusão de que num país como o Brasil, isso já não foi pensado e previsto e está embutido no valor do produto ou serviço?

O fato é que a situação está cada vez mais desesperadora que não se trata mais de centavos. Outro dia, um prestador de serviço foi a minha casa para consertar a fechadura elétrica. Como não precisou trocar peça, cobrou apenas a visita, 90 reais. Ao lhe dar uma nota de 100, ele simplesmente não tinha troco, não aceitasse cartão, por não ter a maquininha, e nem cheque. Fui obrigada a deixar os 10 reais como um crédito para ser descontado da próxima vez que ele viesse fazer o serviço em casa. O caso é e se eu não precisasse mais chama-lo? Se ele se mudasse para Marte? Difícil isso, né?

Enfim, quando eu ri alto no caixa do mercado por conta do 1 real e 94 centavos do achocolatado, a caixa, curiosa, perguntou:

— O quê? Tá barato ou caro?

— Não é isso. É que você não vai ter os seis centavos. Vai me dar cinco de troco.

— Tenho sim — ela vasculhou um ponto escondido atrás do balcão e me deu o troco exato — Nós sempre temos um centavo para dar de troco se o cliente faz questão.

Senti que ela falou num tom de censura, mas não me incomodei. Peguei as moedinhas. Não porque fazia questão, mas por curiosidade. Há muito tempo não via tal moeda. Nem lembro quando foi a última vez que tive a emoção de tocar nessa peça de metal. Enfim, acho que esse exemplar irá ficar guardado em minha carteira como recordação e irá para o mundo alternativa das moedas sumidas de um centavo.

Young female tourist at St. Peter's squareUma ex-colega de um curso de cinema, Amanda, colocou no face que ao completar 30 anos se daria de presente uma viagem internacional. Sozinha. A grande questão, pelo que entendi, era se deveria ou não embarcar nessa loucura? Achei engraçado, pois há anos viajo só e nunca achei que fosse loucura. Semana passada, voltei de mais um voo solo. Fui para Espanha e Marrocos. Se gostei? Sim, em especial da Espanha. Todos que me conhecem sabem que amo sair por aí, conhecer lugares, culturas, pessoas, comidas e músicas diferentes. Não importa se acompanhada ou sozinha. Acho que quando nasci, ao invés de uma certidão de nascimento, deveria ter ganho um passaporte. O fato é que minha primeira excursão pelo mundo começou aos cinco anos e desde então não parei. Viajar é como respirar. É mais do que sentir o ar entrando pelas narinas e invadindo os pulmões, é crucial para a minha sobrevivência.

Quando falo em viajar a grande maioria pensa em praia ou sítio, poucos imaginam outro Estado e um número menor ainda, outro país. Exceto, é claro, os meus amigos. Ao comentar com a moça que corta o meu cabelo que ia viajar, ela disparou: Vai com quem? Pra onde? Casa de algum conhecido? Vai sempre pra lá? Por quê? As respostas foram monossilábicas: Sozinha. Espanha. Não. Não. Porque gosto. Simples assim. Achei melhor não esticar a conversa porque nada do que dissesse iria mudar a vida dela e muito menos a minha. Ao retornar, outra mocinha, só que esta trabalha no quilo em que almoço quase todos os dias, perguntou-me por que tinha sumido. Sai de férias. Fez o quê? Viajei. Nordeste? Meio sem graça, respondi: Espanha. A garota ficou boquiaberta. Sozinha? Sim. Imagino o que teria acontecido se eu citasse Marrocos. Enfim, ela emendou um: “É. De vez em quando a gente tem que chutar o pau da barraca mesmo”. Peguei o meu pratinho e sai de mansinho.

A primeira grande viagem sozinha foi para Inglaterra, Índia e Nepal. Cai de paraquedas num grupo de esotéricos. Não conhecia ninguém. Foi bizarro. Lembro-me de que foi uma discussão enorme com o meu então namorado, que não se conformava de eu gastar dinheiro daquela forma e não investir na compra de um terreno ou um carro, por exemplo. Até hoje, ouço as pessoas perguntarem a boca miúda por que eu não saio mais, não vou a restaurantes, não compro roupas e sapatos caros, Iphones, Ipad, Ipods, etc. Dou com os ombros e penso: Oras, porque eu posso. Posso escolher. Não preciso ser ou fazer como as outros. É claro que viajar sozinha demanda investimentos maiores, quase o dobro do que se estivesse indo com outra pessoa, mas são escolhas que a gente faz.

Enfim, sigamos. Segundo a Organização Mundial do Turismo, a quantidade pessoas viajando por esse mundão de meu Deus, aumentou 50 milhões entre 2014 e 2015 num total de um bilhão de viajantes anuais. Pra que tantos números? Só para explicar que apesar das viagens serem normais e saudáveis, e não haver nenhum absurdo nisso, há muito preconceito em se viajar sozinho. Se for mulher, então… a coisa complica. Como sozinha? Por que não vai com uma amiga? Não tem marido? Namorado? Quando não te chamam de corajosa, te tacham de coitada. Tá louca? E daí começa um rosário de histórias de terror que vão de assédio, sequestro, estupro a tráfico de escravas. Tudo porque o mundo é um lugar muito perigoso. Oras, viver é um risco. Seja aqui ou do outro lado do mundo. Por conta da violência, do terrorismo, dos políticos, ou de uma simples queda na rua. Sozinha ou acompanhada, acordar todos os dias é um ato revolucionário. Quem sabe não seja exatamente essa a graça da vida?

Praia-na-Malásia

Já fiz inúmeras viagens acompanhada e não nego que foi muito bom, mas também já fiz outras tantas, sozinha, inclusive para países tradicionais e muçulmanos e NUNCA me aconteceu NADA. Allah akbar[i]Cuidado. Cuidado. O alerta ecoa sempre que falo em viajar. Embora eu tenha um quê de Poliana e acredite que o mundo é um lugar bom, é claro que pode acontecer de eu estar no lugar errado na hora errada e as coisas fugirem ao controle. Mesmo consciente disso, não fico paranoica e continuo vivendo. Afinal, Maktub[ii]. Tem uma frase maravilhosa que não sei de quem é, mas me parece bastante apropriada: “Tá com medo? Vai com medo mesmo”. E é o que faço. Tomar cuidado, respeitar os costumes e as pessoas, e não dar chance para o azar sempre estão nos primeiros itens de minha checklist. E até agora tem dado certo. Allhamdulillah[iii]

O gosto pela liberdade devo à minha mãe, que apesar de rígida, incentivou-me a ganhar o mundo, estudar, trabalhar, viajar e acima de tudo, construir e conquistar minha própria independência. É claro que os tempos eram outros. Talvez mais tranquilos. Tudo começou nas férias escolares, devia ter uns 12 ou 14 anos, não sei direito, quando minha mãe não pode me acompanhar, então eu peguei o ônibus sozinha para a sítio de meus avôs. Foram 400 quilômetros, sem sair de São Paulo, da mais completa aventura, afinal eu já podia me considerar uma mocinha. Mô brisa, antes mesmo de existir a gíria. Numa outra vez, quando fui com minha tia ao balneário de Camboriú, quis voltar mais cedo e não tive dúvidas, peguei o ônibus e #partiusampa. Tinha 16. Nas minhas primeiras férias de trabalho, planejei com um namorado para conhecermos o Peru. Ele não pode ir. No problem. Fiz as malas e fui. Perdi o namorado, mas ganhei o mundo.

Descobri que é muito bom fazer as coisas no próprio tempo, comer onde lhe dá na telha, dormir e acordar a hora que achar melhor, decidir se vai sair para uma balada ou ficar moscando no hotel, se se quer ou não fazer um passeio. Sem contar que se conhece pessoas a todo instante. De fato, se você não tem problemas consigo mesmo, e eu não tenho nenhum, vale muito a pena. O chato é passar a viagem inteira tendo que responder por que está só. Olhando pelo lado bom, o tema pode até render uma boa conversa e quiçá uma nova amizade. Mas a pergunta que continua a martelar: Por que causa tanta estranheza mulheres viajarem sozinhas? Uma resposta que me pareceu bem coerente foi de Juliana de Faria, da ONG feminista Olga. Ela diz que essa é uma herança da época em que as mulheres não podiam sair sozinhas sem a companhia de um homem e se o fizessem eram malvistas. As mulheres como seres domésticos não podiam se ocupar dos espaços públicos, somente do lar, da cozinha, dos filhos, do marido. Esse olhar equivocado está presente não só em países árabes, mas aqui no ocidente e até no inconsciente de mulheres jovens, que não sabem nem ir ao cinema sem algum tipo de companhia.

Antes da minha última partida, minha tia, a de Camboriú, me questionou: Filhinha, o que você tanto procura? E ainda mais sozinha? Sinceramente não sei. Para Erico Veríssimo há os que viajam para fugir e os que viajam para buscar. As palavras de J.R.R. Tolkien resumem o que penso: Nem todos que procuram estão perdidos. Tenho sede de conhecimento, por isso sigo buscando. Se não acompanhada, só. Viajar é muito mais do que turistar. Cada voo solo é acima de tudo uma viagem interior que resulta em autoconhecimento e maturidade. Por esse motivo ao desejar parabéns para Amanda, disse-lhe apenas: Querida, te desejo saúde e muitas viagens. Vá viajar. Sempre. Tente só, mas se não se sentir confortável, vá acompanhada. O importante é ganhar o mundo, o resto são histórias e fotografias.

[i] Em árabe significa “Deus é Grande”.

[ii] Em árabe – “já estava escrito” ou “tinha que acontecer”

[iii] Em árabe – “Graças a Deus”.

 

19388384_772618609566305_8998471054108604729_oNo próximo dia 15 de julho, a @link editora lança a coletânea de contos Primeiramente, no bar Sensorial Discos, à rua Augusta, 2389, em São Paulo, das 16 às 20 horas.

             Primeiramente reúne 17 contos, de 17 autores, todos ambientados em uma manifestação contra o governo Temer na Avenida Paulista.  Os autores, de diferentes estilos, criaram uma galeria de personagens igualmente heterogênea. Tem de catador de latinha, black block, garoto de programa, seres extraordinários, idoso com Alzheimer, militar na ativa e aposentado, gente que foi à manifestação por românticas razões pessoais, desavisados que se viram, sem querer, em meio à confusão, e ainda quem fez sua estreia em manifestações, além de personagens como uma mosca, um museu e um deus.

Organizada pelas também autoras Sonia Nabarrete e Vanessa Farias, Primeiramente conta com a participação de: Aline Viana, Fabio Mariano, Germano Quaresma, Gláuber Soares, Jorge Nagao, Kakao Braga, Luiz Bras, Manu Araujo, Marcilio Godoi, Mauricio Kanno, Melissa Suárez, Nanete Neves, Paulo Lai Werneck, Plínio Camillo e Renato Ladeia.

“Embora considerasse a reivindicação justa e em outro momento pudesse até integrar a massa, procurei me afastar da aglomeração, mas a multidão não queria se distanciar de mim. Havia muitos tipos estranhos. Um guardinha negro parecido com um capitão do mato observava o movimento com os olhos vermelhos e sangue na mão tensionada sobre o cassetete. Um catador de latas se infiltrava por entre as pessoas atracado a um saco preto como se abraçasse a sua própria vida. Um grupo carregava um boneco do Michel Temer com os caninos pronunciados e capa de vampiro. Um casal se beijava numa voracidade como se a revolução fosse das salivas e a briga hormonal”. Trecho do conto V de vendetta, de Kakao Braga, na antologia “Primeiramente.

O livro pode ser adquirido através do site da @link Editora.

Serviço

Lançamento da antologia de contos Primeiramente (14cmX21cm, 128 páginas)

Local: Sensorial Discos, rua Augusta, 2.389, Jardins, São Paulo

Metrô mais próximo: Consolação

Horário: das 16 h às 20 horas

Valor: R$38,00- Aceita todos os cartões